Imagine-se na Rússia do século XIX, onde os salões de baile e as propriedades rurais formam o pano de fundo de uma história que, apesar de ambientada há mais de cem anos, ainda se faz profundamente atual. É nesse cenário que Liev Tolstói nos apresenta “Anna Kariênina”, uma das obras mais impactantes da literatura mundial.
Anna Arkadyevna Kariênina, uma mulher de beleza estonteante e casada com o influente funcionário Alexei Alexandrovich, vê sua vida virar de cabeça para baixo ao se apaixonar pelo charmoso Conde Vronski. O romance entre os dois vai além de uma história de amor. É uma jornada intensa e turbulenta, que expõe as contradições e as injustiças da sociedade russa da época.
Tolstói constrói seus personagens com uma profundidade que nos faz sentir como se estivéssemos ao lado deles, testemunhando cada momento de alegria e dor. Anna, com sua paixão avassaladora, e Vronski, dividido entre o dever e o desejo, são complexos e multifacetados. A obra também nos leva ao mundo de Konstantin Dmitrievich Liêvin, cuja busca por significado e felicidade reflete as próprias inquietações do autor.
A narrativa de Tolstói é magistral, entrelaçando as vidas de seus personagens de maneira tão natural que é impossível não se envolver. Ele nos faz questionar os valores morais, a hipocrisia social e os verdadeiros significados de felicidade e sacrifício. A queda de Anna, desde a respeitada dama da sociedade até sua trágica morte, é um espelho das próprias falhas humanas e da opressão que muitas vezes acompanha o amor verdadeiro.
Anna Kariênina é muito mais que uma história de adultério. É uma análise profunda das relações humanas, da sociedade e da busca incessante por uma vida autêntica. A riqueza de detalhes e a precisão com que Tolstói descreve a sociedade russa proporcionam uma imersão total na narrativa, fazendo com que cada página seja uma descoberta.
O romance de Tolstói nos faz refletir sobre nossas próprias vidas e escolhas. Será que somos capazes de desafiar as convenções sociais em nome do amor? Ou estamos condenados a viver sob o jugo das expectativas alheias? Essas são perguntas que Anna Kariênina nos deixa, e é justamente isso que faz deste livro uma obra atemporal.
Se você busca uma leitura para além do entretenimento, que também ofereça uma profunda reflexão sobre a natureza humana, Anna Kariênina é a escolha perfeita. Uma verdadeira obra-prima que merece ser lida e relida.
Sinopse – Anna Kariênina
“Toda a diversidade, todo o encanto, toda a beleza da vida é feita de sombra e de luz”, escreve Liev Tolstói no romance que Fiódor Dostoiévski definiu como “impecável”. Publicado originalmente em forma de fascículos entre 1875 e 1877, antes de finalmente ganhar corpo de livro em 1877, Anna Kariênina continua a causar espanto. Como pode uma obra de arte se parecer tanto com a vida? Com absoluta maestria, Tolstói conduz o leitor por um salão repleto de música, perfumes, vestidos de renda, num ambiente de imagens vívidas e quase palpáveis que têm como pano de fundo a Rússia czarista. Nessa galeria de personagens excessivamente humanos, ninguém está inteiramente a salvo de julgamento: não há heróis, tampouco fracassados, e sim pessoas complexas, ambíguas, que não se restringem a fórmulas prontas. Religião, família, política e classe social são postas à prova no trágico percurso traçado por uma aristocrata casada que, ao se envolver em um caso extraconjugal, experimenta as virtudes e as agruras de um amor profundamente conflituoso, “feito de sombra e de luz”.
